Pelo visto a reação da atividade econômica brasileira, balizados sob as medidas de estímulo do governo, parecem surtir seus primeiros efeitos significativos na economia nacional.
A semana que passou ficou marcada pelo o anúncio feito pelo Banco Central, através do IBC-Br - Índice de Atividade Econômica do Banco Central -, considerado uma prévia dos números do PIB - Produto Interno Bruto -, o qual demostrou um acréscimo no ritmo da economia de 0,98% no mês de agosto sobre o mês de julho, que segundo o mesmo índice, havia registrado 0,49%.
Há 17 meses consecutivos a economia brasileira vem registrando aumento da atividade através do IBC-Br. E o mês de agosto, foi onde se registrou o maior nível de produção na economia brasileira, desde março de 2011, quando houve registro de aumento de 1,23% no PIB.
Não resta a menor sombra de dúvidas, de que a isso se devem as medidas de estímulo do governo na economia nacional, que em grande parte, possui certa responsabilidade sobre o expressivo número de agosto - que segundo analistas, dificilmente se repetirá em setembro -, mas que por sua vez, demonstra que o crescimento da atividade pode se sustentar, porém com números um pouco abaixo do registrado no mês de agosto.
Há contudo, um constante questionamento junto a opinião pública, sobre quais aspectos essas medidas de estímulo na economia da parte do governo, estariam sendo objeto de contemplação.
Podemos ressaltar cinco áreas estratégicas na economia brasileira, que as quais o governo vem dando maior atenção. São elas:
Infraestrutura
Rodovias e Ferrovias - Em agosto, foi anunciado o Plano de Investimento em Logística. O valor total dos investimentos, corresponde a R$ 133 bilhões para nove trechos de rodovias e doze de ferrovias;
Mais R$ 32 bilhões para o chamado PAC Mobilidade que visa o atendimento de cidades com mais de 700 mil habitantes na área de transporte público de massa e mais R$ 7 bilhões para atender cidades entre 250 e 700 mil habitantes para esse mesmo fim.
Produção
O PAC Equipamentos prevê contratos de aquisição de máquinas e equipamentos por parte do governo na ordem de R$ 8,4 bilhões até 2017, com preferência por fornecedores nacionais, de trens, blindados (uso militar), ambulâncias, motoniveladoras, retroescavadeiras, ônibus, veículos etc.
Impostos
O Plano Brasil Maior visa estímulos fiscais como desonerações sobre a folha de pagamento, na contribuição patronal de 20% sobre o salário dos funcionários para uma taxa que varia entre 1% e 2%, (de acordo com o setor atendido). E ainda a postergação do PIS/COFINS sobre outros setores;
Desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), para setores da construção civil, materiais de construção, automóveis, e a linha branca de eletrodomésticos. Estendido também, para bens de capital (máquinas e equipamentos).
Incluídos as prorrogações a renúncia fiscal por parte do governo federal no IPI, chega a R$ 1,6 bilhões neste ano e R$ 3,9 bilhões para 2013. Sem contar também aquela sobre a energia elétrica com redução média nas tarifas de 20% para consumidores residenciais e industriais (essencial sobre os custos de produção).
Bancos
Redução dos spreads bancários - A utilização de instrumentos junto às instituições financeiras do governo como Caixa e Banco do Brasil, na redução de suas taxas, levou os bancos privados a irem na mesma direção, visando essa redução entre a diferença do custo da captação do dinheiro que os bancos fazem, e a cobrança que eles efetuam junto a seus correntistas e tomadores de empréstimos;
Aliado à isso, temos também os sucessivos cortes na taxa Selic do Banco Central, que vêm ocorrendo desde agosto de 2011 e que chegou ao seu nível mais baixo em toda a história das finanças no Brasil, com uma taxa anual de 7,25%. Mais a liberação de R$ 30 bilhões em depósitos compulsórios, injetando mais dinheiro na praça, barateando o custo dos empréstimos.
Câmbio
Visando um equilíbrio da taxa de câmbio, para se evitar valorização ou depreciação excessiva, o governo lançou mão da cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), com o intuito de brecar a entrada de capitais especulativos no país, com uma cobrança de 6% nas operações de captação externa com contratos inferiores a cinco anos.
Além do mais, visando um maior equilíbrio na balança comercial, o governo também aumentou a cobrança de alíquotas de importação para produtos importados com produção de similares no Brasil.
As medidas sobre o câmbio e as alíquotas de importação, foram taxadas pelos Estados Unidos de 'protecionistas'.
Enquanto isso, o governo brasileiro responde que o governo americano, é o maior responsável por uma nova tática protecionista, ao recorrer ao recurso da impressão de dólares, inundando o mundo com moeda americana, visando com isso a sua desvalorização no mercado internacional, para beneficiar as exportações norte-americanas e contribuindo para a valorização de moedas como o Real, prejudicando as nossas exportações.
Dessa forma o governo brasileiro pretende se proteger da crise internacional, iniciada em setembro de 2008, sem que seja preciso, e evitando ao máximo recorrer ao remédio amargo do receituário neoliberal praticado na Europa.
E que como já demonstrado nos números de agosto, começa a surtir o seu efeito, mesmo que para muitos, tardio.
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