Nesta quarta (01), celebrou-se a missa de 7º dia do cantor sertanejo vítima de um acidente automobilístico, Cristiano Araujo. Um acidente que como boa parte dos acidentes, aconteceu de forma trágica e que portanto marcou muito aqueles que admiravam o trabalho do cantor. O blogueiro Marcio Marques, é goiano mas não é muito fã de sertanejo. Possui uma preferência musical mais eclética e que a qual também inclui algumas músicas sertanejas.
Se eu disser que eu não sabia ou não conhecia Cristiano Araujo estaria mentindo, contudo, como eu não me aprofundava e não me interessava pelo sertanejo (talvez pela forma exaustiva com a qual, é tocado nas rádios ou na porta dos botecos da minha vizinhança), eu sempre misturava figuras como Cristiano Araujo com Léo Magalhães ou Gustavo Lima.
Portanto, não ouso criticar uma figura como Cristiano Araujo e afirmar que se trate de um desconhecido, apenas porque não gosto de sertanejo ou simplesmente como eu mesmo disse anteriormente, o confundia com outros cantores de mesma idade e estilo que ele, o que posso criticar foi a excessiva cobertura da mídia em torno de sua morte.
Realmente por mais querido que ele fosse pelos fãs, não justificava uma repercussão tão grande dada pela imprensa por conta de tanta dor. O que muito possivelmente ocorreu por conta de tudo isso, foi um agravamento da dor vivida pelos fãs do cantor que acompanharam em sua maior parte, todo o cortejo fúnebre pela televisão. Não esquecendo o lamentável e infeliz incidente envolvendo a preparação do corpo do artista. Todos esses fatores sem dúvida, fizeram por aumentar as feridas no íntimo de seus fãs.
Nesta quarta também, participei de uma das celebrações da novena em louvor à figura da Santíssima Trindade em minha cidade (favor não confundir com a festa do Divino da cidade de Trindade, que fica na região metropolitana de Goiânia), onde o celebrante em sua homilia lembrou o artigo do jornalista Zeca Camargo em que criticou o fato de Cristiano Araujo possivelmente ser, como ele mesmo disse: "um famoso desconhecido".
O celebrante ao lembrar o episódio envolvendo Zeca em seu artigo, procurou atenuar as críticas do jornalista das quais mais tarde gerou mais críticas da parte dos fãs do cantor goiano à ele, ao lembrar da "pobreza cultural" dos gostos populares e do quanto as pessoas se agarram ao que é visto como expressões artísticas de baixo valor cultural.
Foi uma boa tentativa para aliviar a barra de alguém que simplesmente ao criticar um artista acabou com isso também, ridicularizando toda a cultura goiana que por sua vez está apoiada na música sertaneja.
A atitude do leigo católico faz sentido na medida em que sabemos que além de suas atividades pastorais na Igreja, se dedica ao ofício da comercialização de assinaturas do jornal de maior circulação do estado e que o qual pertence a um grupo de comunicação que por sua vez, é ligado ao Grupo Globo, onde Zeca Camargo trabalha.
Algo que beira a expressão ao desprezo pela cultura de sua própria terra, justificada numa atitude típica dos bajuladores untuosos que parece precisar fazer uso desse tipo de atitude talvez para melhorar os proventos salariais na empresa em que trabalha.
Talvez pela necessidade de protagonismo pela qual muitas pessoas sentem, levam-nas a fazerem comentários infelizes como estes - tanto da parte de jornalistas, quanto de pessoas anônimas e conhecidas tão somente no meio em que atuam ou na comunidade em que vivem -, que enfim as conduza por esse tipo de caminho infeliz.
Infelizmente por mais que pessoas assim tentem se justificar, suas emendas, sempre acabam saindo piores que o soneto, quando na demagogia de seus discursos afirmam que estariam sofrendo tanto quanto os fãs do cantor por sua perda e onde mais tarde contraditoriamente, critica expressões de comoção nacional como esta, como sintoma da pobreza cultural das pessoas.
Realmente há momentos em que é preferível se calar, e talvez por isso o palestrante da celebração católica de sua parte, tendo se sentindo tocado em seu íntimo, pareceu ter ficado nítido para ele o que infelizmente pronunciou, ao mais tarde em oração pedir sabedoria para falar nas horas certas, como também se calar. Por certo é o que tem faltado tanto na mídia, quanto nos púlpitos das igrejas, sabedoria no proferimento das oratórias ou mesmo temperança e moderação dos impulsos por notabilidade por meio delas.
Isso por sabermos o que um cara como ele fala. Imagine se soubéssemos o que ele realmente pensa?
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