Em sociedades cada vez mais dominadas pelo discurso da globalização que prega o individualismo e o mérito como principais argumentos em torno dela, evidencia-se um fenômeno o qual pode ser identificado como individualismo sectário coletivo, numa realidade onde um indivíduo pode não pertencer a um grupo e assim ser excluído do todo.
O sectarismo é a saída encontrada em um universo social movido pela individualidade, entretanto, deve obedecer a princípios que legitimem o pertencimento a uma determinada associação de pessoas, às quais em tese, pensam de forma semelhante e estão unidas em prol de um mesmo objetivo comum. Embora nem sempre tão convergente e conciliador.
Essa legitimidade deve obedecer a uma certa aceitação social, caso contrário, algumas delimitações sectárias podem ser vistas como objeto de baderna ou mesmo ainda, para fins ilícitos e portanto criminosos. Dessa forma, pertencer a um partido político, é aceitável desde que as bandeiras ideológicas da sigla, obedeçam aos princípios dominantes do capital.
Caso contrário, um partido de esquerda seria visto nessa ótica, como uma iniciativa do mal e assim, o dualismo antagônico, a polarização e o maniqueísmo se tornam fatores determinantes para uma necessária autorização das forças dominantes da sociedade para que alguns grupos sectários não se choquem naturalmente aos seus interesses.
Assim, as pessoas que dizem pensar "diferente" agem exatamente iguais à tudo aquilo que elas condenam e motivaram-nas a se associarem em benefício de uma causa ou de algo ao qual acreditam e aceitam como normas impostas pela ordem estabelecida, na alegação da busca de uma harmonia entre os demais campos da sociedade. Surge daí, o corporativismo.
Por meio do corporativismo a contestação de práticas nocivas ao conjunto da sociedade, inverte-se na defesa de interesses de um grupo isolado onde o poder de lobby determinará a força de inércia que prevalecerá em meio aos acordos conciliatórios através de barganhas com outros movimentos sectários poderosos. Um breve resumo da atual sociedade brasileira.
Uma realidade manifestada desde os protestos de junho de 2013 os quais começaram contra o aumento das passagens de ônibus e mais tarde, tiveram suas conduções assumidas por movimentos populares de classe média alta de extrema direita. Esses movimentos em princípio, tomaram as ruas contra a corrupção do então governo considerado "de esquerda".
Ainda que o mesmo governo tenha enriquecido muito as camadas descontentes, o dualismo ideológico pelo qual movia as iniciativas populares de rua, era o verdadeiro interesse intrínseco que a desonestidade desses movimentos argumentavam, ao se autoproclamassem "apartidários". Mais tarde, seus líderes foram eleitos através de partidos de direita.
Pautas moralistas também foram determinantes para que a extrema direita fosse alçada ao poder e revigorasse antigos e novos expoentes políticos de direita, nos demais entes de governo menores da federação brasileira. Algo de maior incidência nas regiões consideradas mais ricas e prósperas do país, tal como o Centro-Sul, visto até entre os mais humildes.
Essas pautas foram tão influentes que esses mesmos grupos de direita passaram a atacar a maior emissora de TV do Brasil, em protesto contra o que julgam se tratar de imoralidades exibidas em sua programação; talvez pelo modo com que a rede de televisão tenha reagido ao expor programas e novelas que satirizam a hipocrisia social de seu próprio público.
Dessa forma, o sectarismo coletivo obedece ao que melhor se adapta ao conceito geral da sociedade, mas sem necessariamente se preocupar com pautas de interesse público ou relacionadas à soberania nacional. Expondo apenas a agenda que atenda a conveniências ideológicas conservadoras, mas sobre a roupagem liberal e que é contraditória.
O cunho moralista em torno do combate à corrupção e em defesa de um governo enfim os representa, chega a questionar ainda, o funcionamento institucional da República, através do qual, entendem se tratar de empecilhos para as mudanças radicais defendidas. Por isso, chegam a atacar figuras dos demais Poderes constituídos, acusando-os de corruptos.
Muitos radicalizam tanto, que chegam até a ameaçar deputados, senadores, procuradores e ministros da Suprema Corte de Justiça, quando se sentem contrariados em alguma decisão que viole a autoridade daquele que elegeram para a presidência da República e julgam que esteja sendo injustiçado. Talvez pensem que os demais Poderes devam se curvar à ele.
Com isso, as associações, sindicatos e movimentos de rua precisam ser consonantes ao interesse coletivo comum, mas não necessariamente a interesses populares. Então, é mais apropriado não se mexer nas estruturas dos sindicatos patronais, do que propostas que fortaleçam os sindicatos de trabalhadores. Isto é, tudo deve obedecer à lógica dominante.
Sendo assim, as bases que sustentam as forças dominantes, marcadas por privilégios, protestam com a ideia de se mexer nos fundamentos que lhes garantem suas condições avantajadas como o Sistema S e as políticas de isenções fiscais que não garantem a geração de empregos, como justa contrapartida nas renúncias tributárias concedidas a empresas.
Esses mesmos empresários também reivindicam um sistema tributário mais simples e que só atende portanto, a suas conveniências privadas, pouco lhes importando a situação de injustiça na cobrança de impostos, marcada pela regressividade tributária perversa que massacra os menos favorecidos apenas por terem rendas bem mais modestas.
Através dessas situações, os mais pobres que pensam pertencer ao rol das rendas médias elevadas, procuram soluções individualistas para problemas estruturais, já que entende que pautas populares podem desagradar justamente aqueles aos quais procuram impressionar, justamente dado pelo fator dependência no qual se encontram, que porém não reconhecem.
É assim que surgem os destoamentos de agenda às quais deveriam ser coletivas entre as alas mais humildes e desassistidas, já que todos buscam ser diferenciados, agindo exatamente da mesma forma contrária aos seus próprios interesses em comum. Um exemplo é o transporte coletivo, o qual tem perdido espaço para meios de mobilidade individual personalizados.
Por meio desses comportamentos, é mais prático, viável e conveniente, obedecer a certas tendências como condições impostas em determinadas situações. Sutilmente é mais apropriado se calar e se submeter a questões onde apenas poucas pessoas serão beneficiadas em face à multidão prejudicada. Silenciar-se também é uma forma de manifestação neutra.
Mas a neutralidade não contribui com absolutamente nada, a não ser para manutenir as mesmas situações conflituosas e que geram desconforto para uma extensa maioria, em detrimento da comodidade de uma pequena parcela; que é barulhenta, organizada, se vitimiza e chora, mas está sempre com a razão, enquanto os demais só observam calados.
Essa legitimidade deve obedecer a uma certa aceitação social, caso contrário, algumas delimitações sectárias podem ser vistas como objeto de baderna ou mesmo ainda, para fins ilícitos e portanto criminosos. Dessa forma, pertencer a um partido político, é aceitável desde que as bandeiras ideológicas da sigla, obedeçam aos princípios dominantes do capital.
Caso contrário, um partido de esquerda seria visto nessa ótica, como uma iniciativa do mal e assim, o dualismo antagônico, a polarização e o maniqueísmo se tornam fatores determinantes para uma necessária autorização das forças dominantes da sociedade para que alguns grupos sectários não se choquem naturalmente aos seus interesses.
Assim, as pessoas que dizem pensar "diferente" agem exatamente iguais à tudo aquilo que elas condenam e motivaram-nas a se associarem em benefício de uma causa ou de algo ao qual acreditam e aceitam como normas impostas pela ordem estabelecida, na alegação da busca de uma harmonia entre os demais campos da sociedade. Surge daí, o corporativismo.
Por meio do corporativismo a contestação de práticas nocivas ao conjunto da sociedade, inverte-se na defesa de interesses de um grupo isolado onde o poder de lobby determinará a força de inércia que prevalecerá em meio aos acordos conciliatórios através de barganhas com outros movimentos sectários poderosos. Um breve resumo da atual sociedade brasileira.
Uma realidade manifestada desde os protestos de junho de 2013 os quais começaram contra o aumento das passagens de ônibus e mais tarde, tiveram suas conduções assumidas por movimentos populares de classe média alta de extrema direita. Esses movimentos em princípio, tomaram as ruas contra a corrupção do então governo considerado "de esquerda".
Ainda que o mesmo governo tenha enriquecido muito as camadas descontentes, o dualismo ideológico pelo qual movia as iniciativas populares de rua, era o verdadeiro interesse intrínseco que a desonestidade desses movimentos argumentavam, ao se autoproclamassem "apartidários". Mais tarde, seus líderes foram eleitos através de partidos de direita.
Pautas moralistas também foram determinantes para que a extrema direita fosse alçada ao poder e revigorasse antigos e novos expoentes políticos de direita, nos demais entes de governo menores da federação brasileira. Algo de maior incidência nas regiões consideradas mais ricas e prósperas do país, tal como o Centro-Sul, visto até entre os mais humildes.
Essas pautas foram tão influentes que esses mesmos grupos de direita passaram a atacar a maior emissora de TV do Brasil, em protesto contra o que julgam se tratar de imoralidades exibidas em sua programação; talvez pelo modo com que a rede de televisão tenha reagido ao expor programas e novelas que satirizam a hipocrisia social de seu próprio público.
Dessa forma, o sectarismo coletivo obedece ao que melhor se adapta ao conceito geral da sociedade, mas sem necessariamente se preocupar com pautas de interesse público ou relacionadas à soberania nacional. Expondo apenas a agenda que atenda a conveniências ideológicas conservadoras, mas sobre a roupagem liberal e que é contraditória.
O cunho moralista em torno do combate à corrupção e em defesa de um governo enfim os representa, chega a questionar ainda, o funcionamento institucional da República, através do qual, entendem se tratar de empecilhos para as mudanças radicais defendidas. Por isso, chegam a atacar figuras dos demais Poderes constituídos, acusando-os de corruptos.
Muitos radicalizam tanto, que chegam até a ameaçar deputados, senadores, procuradores e ministros da Suprema Corte de Justiça, quando se sentem contrariados em alguma decisão que viole a autoridade daquele que elegeram para a presidência da República e julgam que esteja sendo injustiçado. Talvez pensem que os demais Poderes devam se curvar à ele.
Com isso, as associações, sindicatos e movimentos de rua precisam ser consonantes ao interesse coletivo comum, mas não necessariamente a interesses populares. Então, é mais apropriado não se mexer nas estruturas dos sindicatos patronais, do que propostas que fortaleçam os sindicatos de trabalhadores. Isto é, tudo deve obedecer à lógica dominante.
Sendo assim, as bases que sustentam as forças dominantes, marcadas por privilégios, protestam com a ideia de se mexer nos fundamentos que lhes garantem suas condições avantajadas como o Sistema S e as políticas de isenções fiscais que não garantem a geração de empregos, como justa contrapartida nas renúncias tributárias concedidas a empresas.
Esses mesmos empresários também reivindicam um sistema tributário mais simples e que só atende portanto, a suas conveniências privadas, pouco lhes importando a situação de injustiça na cobrança de impostos, marcada pela regressividade tributária perversa que massacra os menos favorecidos apenas por terem rendas bem mais modestas.
Através dessas situações, os mais pobres que pensam pertencer ao rol das rendas médias elevadas, procuram soluções individualistas para problemas estruturais, já que entende que pautas populares podem desagradar justamente aqueles aos quais procuram impressionar, justamente dado pelo fator dependência no qual se encontram, que porém não reconhecem.
É assim que surgem os destoamentos de agenda às quais deveriam ser coletivas entre as alas mais humildes e desassistidas, já que todos buscam ser diferenciados, agindo exatamente da mesma forma contrária aos seus próprios interesses em comum. Um exemplo é o transporte coletivo, o qual tem perdido espaço para meios de mobilidade individual personalizados.
Por meio desses comportamentos, é mais prático, viável e conveniente, obedecer a certas tendências como condições impostas em determinadas situações. Sutilmente é mais apropriado se calar e se submeter a questões onde apenas poucas pessoas serão beneficiadas em face à multidão prejudicada. Silenciar-se também é uma forma de manifestação neutra.
Mas a neutralidade não contribui com absolutamente nada, a não ser para manutenir as mesmas situações conflituosas e que geram desconforto para uma extensa maioria, em detrimento da comodidade de uma pequena parcela; que é barulhenta, organizada, se vitimiza e chora, mas está sempre com a razão, enquanto os demais só observam calados.
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