Quando das discussões sobre o Código Florestal, a bancada ruralista no Congresso Nacional se mobilizou e logo se posicionou contra a aprovação da lei nos termos originais propostos. Agora muitos arriscam dizer que a seca que assola o País é culpa da presidente Dilma.
Formadores de opinião que fazem uso de microfones nas rádios interioranas - como tudo -, ousam afirmar que a falta de chuvas seria responsabilidade do governo. Tudo por conta de estimativas que apontam perdas para a safra de soja 2014/2015, em decorrência do baixo percentual pluviométrico verificado.
Usam para isso também, dentro de suas conveniências partidárias e ideológicas, até mesmo desgastados e surrados temas, tangíveis ainda à viabilidade ecológica de grandes obras hídricas, como a transposição do Rio São Francisco.
Na região de Rio Verde (maior produtora de grãos em Goiás), as perdas estão estimadas entre 15 e 25% das lavouras, devido à seca. O que os produtores locais ganharam com a seca americana de 2012 (quando a soja atingiu na praça rio-verdense, a cotação de 80 reais, a saca de 60 Kg), correm o risco agora, de perderem tudo na persistente estiagem - conhecida por aqui como veranico -, em pleno período chuvoso do verão brasileiro.
A safra, que se iniciou em meados de janeiro, ameaça se tornar um verdadeiro fiasco para os produtores da região. O insatisfatório volume pluviométrico, desde o ano passado, vinha dando sinais de que o tom dos ganhos auferidos, seriam suficientes apenas para cobrir as despesas. Já para este ano, as expectativas são de que os produtores podem não ter a mesma sorte que a de 2014.
Usam para isso também, dentro de suas conveniências partidárias e ideológicas, até mesmo desgastados e surrados temas, tangíveis ainda à viabilidade ecológica de grandes obras hídricas, como a transposição do Rio São Francisco.
Na região de Rio Verde (maior produtora de grãos em Goiás), as perdas estão estimadas entre 15 e 25% das lavouras, devido à seca. O que os produtores locais ganharam com a seca americana de 2012 (quando a soja atingiu na praça rio-verdense, a cotação de 80 reais, a saca de 60 Kg), correm o risco agora, de perderem tudo na persistente estiagem - conhecida por aqui como veranico -, em pleno período chuvoso do verão brasileiro.
A safra, que se iniciou em meados de janeiro, ameaça se tornar um verdadeiro fiasco para os produtores da região. O insatisfatório volume pluviométrico, desde o ano passado, vinha dando sinais de que o tom dos ganhos auferidos, seriam suficientes apenas para cobrir as despesas. Já para este ano, as expectativas são de que os produtores podem não ter a mesma sorte que a de 2014.
Contudo, se há responsabilidade do agronegócio goiano na irregularidade das chuvas da região, certamente ela não é tão grande quanto a de produtores mato-grossenses que desmataram consideráveis porções de terra na Amazônia Legal, para abertura de novas áreas cultiváveis de soja nas décadas de 1990 e 2000. Como se sabe, a umidade da Amazônia é imprescindível para uma satisfatória regularidade de chuvas em todas as áreas produtoras do Centro-Oeste.
A eufórica e então alvissareira visão desbravadora dos agricultores sulistas que migraram para o norte de Mato Grosso ou "Nortão" (como é de costume se referir à região por lá), em que viam na promissora localidade a chance de enriquecerem produzindo o precioso grão cotado na Bolsa de Chicago, hoje pode não mais ser visto como avanço ou progresso.
O cerrado que foi bastante devastado para dar lugar a lavouras das principais culturas produzidas no centro-sul brasileiro - como em Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo (além de pastagens) -, dá agora seus últimos suspiros do que lhe resta na região conhecida como a última fronteira agrícola do País: o "Matopiba" (formado pelos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).
A importância do agronegócio para o PIB brasileiro, não pode ser subestimada. Contudo, o que se vê nada mais é, do que a imprudência e a negligência do próprio setor agropecuário nacional para com a garantia de sua própria sobrevivência, sustentabilidade e lucratividade da atividade a que se dedicam, à longo prazo.
O custo por se manterem relutantes quanto às advertências que o Código Florestal originalmente previa, e que foi em alguns pontos alterado pela bancada ruralista no Congresso, hoje custa ao produtor rural brasileiro em produtividade e principalmente, rentabilidade.
Porém, mais do que nunca, outro desafio ainda maior que a garantia de chuvas, é o uso racional da água pela agricultura, à qual tem feito o emprego de mananciais para abastecimento de pivôs de irrigação. A prática é muito comum principalmente em propriedades rurais destinadas à reprodução de sementes para comercialização e revenda em lojas de insumos agrícolas.
Bancada ruralista e o lobby contra a aprovação do texto original da lei no Congresso
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Porém, mais do que nunca, outro desafio ainda maior que a garantia de chuvas, é o uso racional da água pela agricultura, à qual tem feito o emprego de mananciais para abastecimento de pivôs de irrigação. A prática é muito comum principalmente em propriedades rurais destinadas à reprodução de sementes para comercialização e revenda em lojas de insumos agrícolas.
A mãe natureza agora cobra o seu preço, e muitos que sonharam desbravar novas terras para plantio, podem agora acordar no pior dos pesadelos em meio às frustrações da pobreza. O cuidado com o meio-ambiente e a água, devem ir muito além apenas, de meras observações para com as donas de casa que têm o hábito de lavarem suas calçadas.
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