Mais uma vez a TV Anhanguera (desta vez em Goiânia), se faz infeliz nas reportagens que veicula. Ontem na 2ª edição do JATV a emissora exibiu uma reportagem sobre o aumento do novo salário mínimo que entrou em vigor no último dia 1º de janeiro.
Na desastrada matéria, a TV Anhanguera se enrolou e meteu os pés pelas mãos, ao afirmar que o aumento do salário mínimo gera um efeito indexador em cascata na economia, desencadeando uma série de outros aumentos nos custos de operação dos patrões, e o que por sua vez, poderia vir a ser repassado aos preços e consequentemente também ao consumidor final, ou seja, ao próprio assalariado.
A reportagem simplesmente contraria o Artigo 7º da Constituição Federal que veda tal prática sobre efeito de indexação de preços em decorrência de aumentos do salário mínimo, visando reflexos no processo inflacionário, ao incitar o empresariado a seguir pelo caminho errado, da apropriação indevida da renda do trabalhador.
Contudo a emissora tenta mesmo que em alguns casos isolados, associar em todos os casos o aumento de preços ao reajuste do salário mínimo, seguindo o raciocínio de que os patrões irão precisar aumentar os preços daquilo que comercializam ou produzem para honrar o pagamento dos novos proventos aos seus funcionários, e assim culpabiliza o assalariado pela inflação (quando na verdade é sua maior vítima).
O que a matéria jornalística procura na verdade é mais uma vez desinformar os incautos e desavisados quando cita o exemplo de funcionários de um condomínio em Goiânia, que segundo a reportagem teriam seus salários vinculados à data-base oficial do mínimo, concedido pelo governo. E que por conta do aumento do salário dos empregados do condomínio, vinculado ao aumento do salário oficial do País, a própria taxa de condomínio obrigatoriamente e sem nenhum outro recurso, teria de ser reajustada por conta disso.
Insinuando com isso, que os condôminos também dependeriam de aumentos do salário mínimo para sobreviverem e que assim também, sofreriam por conta do aumento do preço do condomínio. Na verdade seus moradores em sua maioria, são profissionais liberais autônomos como: médicos, advogados, professores universitários, ou mesmo diretores de empresas e etc, e que praticam outras formas de precificação de seus serviços.
E a miscelânea da indexação não parou por aí: foram computados aumentos nos preços do material de limpeza do condomínio (que seriam por causa do repasse que a indústria de higiene e limpeza, teria feito nos preços de seus produtos); e dos serviços de manutenção dos elevadores também sobre o que seria o mesmo efeito com relação ao aumento dos salários dos funcionários da prestadora de serviços de manutenção dos elevadores do prédio.
Em cima do exemplo esdrúxulo e citando um festival de exemplos e mais exemplos, nefastos para a economia por conta do que seria a nocividade do reajuste do salário mínimo sobre ela - dentro do que seria a nulidade do efeito desse aumento em suas rendas -, o que de fato a maliciosa reportagem omitiu, foi que a realidade de boa parte dos trabalhadores de hoje, não dependem mais dos aumentos concedidos pelo governo em cima do valor de seus proventos.
A maioria dos trabalhadores estão amparados por sindicatos que representam suas respectivas categorias - como no caso dos trabalhadores da indústria (de materiais de limpeza, mencionados na reportagem); ou de prestadores de serviços de manutenção (como no caso dos que fazem a manutenção dos elevadores), que são representados por uma entidade sindical nas oportunidades em que são negociados novos percentuais de reajustes à suas respectivas categorias, com os seus patrões -, e onde muitas vezes, são aumentos acima dos reajustes concedidos pelo próprio governo em torno do salário mínimo.
Melhor o departamento de jornalismo da emissora ser mais precavido antes de tentar fazer o que sempre soube fazer de pior: ludibriar as massas. Já que enquanto a afiliada tenta incentivar a indexação da economia, a cabeça de rede, caminha em sentido totalmente oposto.
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