O Instituto Mauro Borges (IMB), divulgou no último dia 20, dados do emprego em Goiás em que demonstra que o estado ficou em segundo colocado, dentre as unidades da federação, na geração de empregos, com 25,4 mil postos de trabalho gerados nos primeiros quatro meses de 2017 por meio de dados coletados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). No geral os dados divulgados pelo IMB mostram ainda, que a geração de empregos se deu em maior proporção, nas cidades de menor porte ao passo que as maiores (com exceção de Aparecida de Goiânia), houve fechamento ou geração mínima de vagas.
Com destaque para Rio Verde, o saldo do ano até aqui, foi comemorado pelo prefeito Paulo do Vale (PMDB), como sendo o terceiro mais expressivo do estado, com pouco mais de 10 mil vagas de trabalho "geradas", e que o qual simplesmente esqueceu de computar os postos fechados no município, que totalizaram em 8,56 mil novos desempregados no primeiro quadrimestre de 2017, ocasionando em um saldo positivo real de apenas 1,52 mil trabalhadores empregados no período citado deste ano.
O tom pirotécnico o qual beira o discurso político peculiar demagógico com que o prefeito fez a declaração sobre os números do emprego em Rio Verde - após ser conduzido por um repórter em entrevista concedida a uma emissora de televisão local -, certamente deixa em parafuso a mente de quem perambula pela cidade em busca de trabalho, na via crúcis do ritual da distribuição de currículos nas empresas instaladas no município, na esperança de mais tarde, conseguir ao menos a chance de uma entrevista de emprego.
O mal estar de quem já está com a auto estima naturalmente debilitada por conta da sensação de inutilidade pela qual os desempregados sofrem, é ainda mais agravado quando declarações infelizes, distorcidas e totalmente fora do contexto da realidade, são apresentadas ao se tentar com isso, demonstrar certa pujança econômica do município em um suposto sucesso atribuído unicamente à iniciativa do empresariado local em conformidade também, com o que seria visto em torno de hipotéticas políticas econômicas de governo no âmbito municipal.
Indiretamente com isso, se atribui a certa incapacidade e apatia da massa trabalhadora desocupada no que seria dada como ausência de maior empenho na busca por uma recolocação laboral, em face dos números "alvissareiros" ao governo, se apresentarem como desmentidos a estes, e serem assim, vistos como indolentes e acomodados em meio ao desalento de terem de continuar a procurar por trabalho e que com o passar do tempo, se verem obrigados a aceitar propostas precárias e desvantajosas, até serem admitidos dentre as vagas de emprego disponíveis no mercado local.
Não é de hoje que o nosso blog tem batido forte na questão do emprego em nossa cidade e a evidente má vontade da classe dominante (política e econômica) local, em empreender um conjunto de medidas para atração de capital produtivo para o município que alavancasse a economia rio-verdense e consequentemente com isso, se tornasse fator de geração para novos empregos em Rio Verde. A desculpa porém é sempre a mesma: falta infraestrutura de energia elétrica, o que por sua vez, seria empecilho para a vinda de novas indústrias (na concepção daqueles que em seus íntimos comemoram a estagnação como forma de pressionar o achatamento de salários).
Outro dado divulgado no último mês de abril pelo Instituto Mauro Borges, foi a balança comercial goiana em que Rio Verde mais uma vez liderou o ranking das exportações em Goiás, no qual houve um incremento de 31,14% no volume rio-verdense exportado entre janeiro e abril deste ano, em relação ao mesmo período de 2016. Mais uma vez, um dado que foi praticamente nulo no cômputo para a geração de novos postos de trabalho no município e que apesar de serem bons, indica expressivo movimento concentrador de renda dentre os agentes econômicos e produtivos locais.
Com isso, mesmo depois de pouco mais de uma década na liderança quase que absoluta nas exportações goianas, tanto o poder público, como o setor privado, ainda não viram que o município como um todo, poderia lucrar muito mais através do comércio exterior, se Rio Verde contasse com um polo de transbordo de cargas e mercadorias no qual fizesse o aproveitamento dos modais rodoviário e ferroviário por meio da Ferrovia Norte-Sul como meio de consolidação nesse protagonismo no estado; ou mesmo também, aproveitasse sua localização privilegiada e estimulasse o surgimento de um mercado distribuidor, através de um polo atacadista que atendesse a toda a região.
São ações estratégicas como estas que geram empregos e não somente números superficiais inflados artificialmente que fazem apenas parte de um discurso político senil e caquético que em nada contribui para a edificação do cidadão que se encontra desempregado e vê seu horizonte ainda mais negro, quando se dá conta do quanto poderá ser ainda mais prejudicado, caso as reformas trabalhista e previdenciária sejam aprovadas no Congresso.
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