Pular para o conteúdo principal

Poupança diferente

 Ontem a equipe econômica do Ministério da Fazenda, definiu as novas regras para a poupança que começam a valer à partir de hoje. Pelo novo desenho remuneratório, as cadernetas agora passam a seguir a variação da Selic, mas com apenas 70% dela, mais a variação da TR. 

 A nova modalidade de rentabilidade da aplicação mais popular do país, ao contrário do que previa a proposta do governo Lula, - de taxar com Imposto de Renda, cadernetas com saldos acima de 50 mil reais, e que deveria portanto, seguir para apreciação no Congresso - na nova medida do governo, não haverá essa necessidade*. Aliás, cobrar imposto de rico no Brasil, é a maior das dificuldades do mundo. Até porque, acredito que nenhum daqueles ditos da "nova classe média", tenham uma poupança com esse valor. No máximo o que um classe C possui, é uma caderneta de até 20 mil reais. Muito embora a carga tributária esteja elevada, os ricos proporcionalmente pagam bem menos impostos do que os pobres . Esse discurso serviria para intimidar o governo sobre qualquer tentativa de elevar o porcentual sobre os mais afortunados, tendo como contrapartida o discurso de que a elevação da carga seria para toda a população, e não apenas para a parcela sempre mais beneficiada pelo sistema tributário nacional.

 Eu mesmo, o máximo que consegui juntar em minha caderneta foi um total de 10 mil reais em 1 (um) ano, poupando parte do meu salário o qual era de aproximadamente 900 reais por mês. Mas como fui convidado a sair do meu emprego, e fiquei um período de 4 meses desempregado, tive que me utilizar de parte daquilo que havia juntado até conseguir uma nova ocupação. Agora me submetendo portanto, às novas regras dos depósitos que eu fizer daqui para a frente.

 Pelo bem ou pelo mal, o importante é que agora o país parece que começa a deixar o exotismo das jabuticabas e inicia enfim, um ciclo de plena harmonia entre os agentes econômicos financeiros, mesmo porque, para que os fundos de investimentos continuem atraentes, deverão ter suas taxas de administração reduzidas, variando hoje no mercado entre 4% e 6%, haja vista que a rentabilidade tanto dos fundos de investimento, quanto da poupança no curto prazo, não devam passar de 6% ao ano, e uma taxa de administração próxima disso, daria um efeito repelente aos investidores desses fundos.

 E como não poderia deixar de ser, sempre há oportunistas de plantão prontos para criticar o governo, fazendo uma assemelhação ao episódio ocorrido no governo Collor, conhecido como 'confisco da poupança' à este. Que inevitavelmente se teve como preciso, sob pena de haver a possibilidade de uma migração em massa dos investidores de títulos públicos da dívida federal, para a poupança e assim o governo correr o risco de não ter a dívida pública refinanciada, com a troca dos papéis da forma como ocorre normalmente. Os críticos da medida, que se utilizam dos espaços para comentários nos sites dos grandes jornais do país, argumentam que essa medida do governo seria o primeiro passo para o 'confisco' nos moldes daquele apresentado no governo Collor. 

 Graças a Deus, o Brasil não depende mais de previsões cataclísmicas como nos anos 90, e esse tipo de comentário parece enfim estar com ares de ser coisa de um passado que eles lutam por não esquecer.


* As mudanças na caderneta terão que passar pelo Congresso através da MP 567 porém, não com as dificuldades da proposta feita pelo governo Lula.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Rio Verde moderna

 Dando seqüência ao último post, em comemoração ao aniversário de 164 anos de Rio Verde, no próximo dia 05 de agosto, vamos iniciar de onde paramos: a década de 1960, quando relatei que a cidade enfim, inebriava-se num breve período onde a dupla Mauro Borges (governador do Estado) e Paulo Campos (prefeito), inaugurava uma fase onde o centro de Rio Verde passava por sua modernização.   Ruas de terra ou calçadas com paralelepípedo em basalto davam lugar ao asfalto. O paralelepípedo teve uma outra destinação, e foi usado como guias de sarjetas das novas ruas recém-pavimentadas.  Os postes que sustentavam a rede de energia elétrica de aroeira, deram lugar a modernos postes de concreto e uma iluminação pública mais potente ganhava as ruas da cidade. Tudo da energia provida de Cachoeira Dourada.  Conta-se que a primeira rua a ser pavimentada foi a Rua João Belo, (atualmente, Rua São Sebastião no centro antigo de Rio Verde). E o asfalto ficou tão bom, que a necessidade de recapeamen

Um nome estranho; um bairro que nasceu para ser "setor"

Para quem já se 'cansou' de ler sobre a história do nosso município que nesse finalzinho de agosto -celebra seu mês de aniversário-, deve portanto saber, que a chamada "arrancada para o desenvolvimento" de Rio Verde, se deu a partir dos anos 1970.  O certo, é que a cidade seguiu o ritmo do tal "milagre econômico" dos governos militares daquela época. Mas sem dúvida, o que foi determinante em tudo isso, se deu com a fundação da Comigo, no ano de 1975.  Desde o final da década até o início dos anos 1980 porém, a expansão urbana de Rio Verde também sofreu um elevado aumento, sendo que essa situação provocou o surgimento de bairros cuja a única infraestrutura disponível, se deu somente na abertura de ruas e o traçado das quadras.  A especulação imobiliária por parte dos herdeiros de propriedades antes rurais, que margeavam os limites urbanos da cidade, abriu espaço para bairros onde atualmente se verifica sobretudo, a apertura das ruas, em que muitas delas nã

Globalismo Vs nacionalismo e o futuro da humanidade

O mundo sempre viveu conflitos entre interesses privados e coletivos; mas apesar de ser um termo novo o globalismo por sua vez, teve papel preponderante nisso, logicamente adaptado aos contextos de suas épocas.  Antes, na antiguidade, as primeiras civilizações já eram globais e dominavam outras, pela força. Não que hoje os métodos de dominação tenham mudado, porém para isso, se tornaram mais sutis, e não menos violentos.  Desse modo, a sensação de violência sofrida é que pode demorar algum tempo para ser sentida; o que não ocorre de maneira uniforme por todas as populações subjugadas.  Sem falar na corrupção, a maior aliada dos dominadores contra os subjugados. Assim, pessoas do lado dos oprimidos, se veem partidárias de seus opressores, em nome de possíveis vantagens pessoais adquiridas. Alexandre, o primeiro grande conquistador, certamente de modo involuntário, foi o primeiro a difundir o globalismo, através de seus exércitos. Porém, conforme diz sua história, ele teria chorado por n