Os dez porcento mais ricos detêm 46.9% da renda nacional, e os dez por cento mais pobres, ficam apenas com 0,7% de participação de toda a riqueza do país. Segundo o índice de Gini - que possui uma escala de variação entre 0 e 100 sendo quanto mais próximo de zero, menor a concentração de renda -, o Brasil tem um índice de 49,3. Um dos piores do mundo.
Mas qual é a explicação plausível que uma autoridade pode oferecer à nação em torno de um escândalo como esse? Historicamente, quantas que já passaram pelo maior posto de comando governamental do país, e se esquivaram dessa explicação.
Quais as razões?
No estágio minguante do Império, os defensores da República, insistiam na tese de maior democracia social. Não foi o que aconteceu nesses pouco mais de 120 anos de República brasileira. Mais de 30 presidentes e quase nenhum, ao menos tentou enfrentar a questão social.
A tese predominante entre as pessoas do povo, era de que uma vida melhor estava reservada, para quem se dispusesse a trabalhar para isso. Mas com o passar dos anos, a idade vinha e com ela, a frustração de um corpo calejado e sem nenhum proveito do trabalho empreendido em todos os anos de vida laboral de uma pessoa.
Com um sistema tributário perverso, que em tese, é democrático - por ser "equitativamente" correto, do ponto de vista, de que "todos", pagariam a mesma quantia em impostos - se mostrou através dos anos, um modelo altamente regressivo.
Os impostos indiretos consomem cerca de quase 40% da renda dos mais pobres, enquanto que os ricos, sentem apenas uma leve mordida, de algo em torno de 27% de seus rendimentos líquidos comprometidos com impostos. E isso tem sido um dos principais causadores das distorções sociais no Brasil.
O que talvez, poderia explicar o imenso crescimento do mercado de luxo de produtos e serviços exclusivos, em que somente poucos mortais podem ser dar ao luxo de possuir.
O Brasil hoje ocupa a 7ª colocação entre as nações mais ricas do globo. Posição que até meados do ano passado pertencia à Itália. Acontece que na Itália, os italianos não vão perder o padrão de vida elevado e confortável ao qual eles estão acostumados, apenas porque o Brasil, "ultrapassou" uma colocação no ranking das maiores economias do mundo. Somente o brasileiro comum, é que não sentirá nenhum tipo impacto positivo em sua vida cotidiana. Continuará a conviver diuturnamente com uma situação à qual está acostumado, e o faz, com muito conformismo.
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