A mídia noticia os estragos provocados pelo furacão Irma nos Estados Unidos e toda essa situação acaba por gerar certa apreensão em alguns brasileiros, que por uma razão e outra, ou ainda por meramente se tratarem de admiradores do estilo estadunidense de viver, se é que ainda exista o tal "American Way of life", acabam por se envolverem através de laços sentimentais comuns, aos problemas vividos pelos americanos.
Tudo em função do que gira o sonho de consumo para algumas pessoas nascidas no Brasil, que é viver como os americanos vivem, nem que para isso, encarnem sentimentos conjuntos que deveriam ser compartilhados apenas por americanos. Alguns brasileiros enfim, acreditam mesmo que Estados Unidos e Brasil, possam um dia ser um único país, como um modo que resolveria nossas mazelas e crises éticas de representatividade.
Tudo em função do que gira o sonho de consumo para algumas pessoas nascidas no Brasil, que é viver como os americanos vivem, nem que para isso, encarnem sentimentos conjuntos que deveriam ser compartilhados apenas por americanos. Alguns brasileiros enfim, acreditam mesmo que Estados Unidos e Brasil, possam um dia ser um único país, como um modo que resolveria nossas mazelas e crises éticas de representatividade.
Toda esta discrepância em torno de uma admiração quase obsessiva pelo modo, o comportamento e a cultura norte-americana, não denota nada além de algo que sintetiza um meio mais eficaz de dominação que qualquer excursão militar poderia promover ao redor de toda a história universal da humanidade, da parte de qualquer grande civilização que já tenha existido contra outras, consideradas menores pelas primeiras, que explique esse fenômeno.
O Brasil adquiriu ao longo dos anos, um estranho hábito de desprezar potencialidades próprias, porém comuns, que fizeram grandes, outros povos pelo mundo; um complexo de inferioridade, que de acordo com a psicanalise de Alfred Adler, se resume a um conjunto de sensações que teriam como causa, o conflito entre a vontade e o temor do fracasso, tendo como base, experiências malsucedidas anteriores.
Este no entanto, é o problema: o Brasil ainda não fracassou como nação, pela simples razão de nem ao menos ter tentado se tornar uma.
E por que se pode compreender que o Brasil ainda não se tornou uma nação? Pelo fato comum de seu próprio povo não ter se permitido à essa honra e preferir admirar ou mesmo quase idolatrar outras nações que considera mais desenvolvidas.
Compreender seu real valor e sua força, sem esmorecer ou mesmo se sucumbir em meio à cooptação de nosso maior gargalo moral, que é a corrupção, parece ser o desafio de uma barreira intransponível para o brasileiro. Ao cidadão nato do Brasil, custa entender que a corrupção nacional não se faz pior que a de qualquer outra civilização contemporânea; mesmo a americana.
Alfred Adler, psicanalista austríaco,
desenvolveu estudos sobre os com-
plexos de inferioridade.
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A idealização da supremacia racial perfeita fez do brasileiro - na mesma cadência do entendimento buscado pela etnia ariana germânica da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) -, a virtude necessária vislumbrada na materialidade que fartam aos olhos dos nativos tupiniquins em visita a terras norte-americanas. Desde a perfeição arquitetônica das grandes construções erguidas nos Estados Unidos, até o personalismo cultural do modo que os estadunidenses vivem.
Mas afinal, o que é o desenvolvimento ou crescimento de algo, senão em função da sucumbência de outra coisa? Na natureza, plantas crescem sobre restos mortos de outras plantas em decomposição. Assim são nações que se desenvolvem sobre os escombros de outras e com os Estados Unidos não é diferente.
Em países como os Estados Unidos e o Brasil, onde o capitalismo tomou hoje "o lugar de Deus" (especificamente sobre o que seria próprio da religião) - se fazendo como resposta absoluta e inquestionável para todas as indagações universais da humanidade contemporânea -, o neoliberalismo já não pode mais, nem mesmo ser considerado o que poderia ser visto como evolução do capitalismo, mas produto de uma metamorfose mutante à qual perdeu completamente todos os elementos característicos do capitalismo liberal clássico.
O que custa na alienação brasileira sobre a verdadeira razão para a prosperidade americana, é que desde a Segunda Guerra Mundial se deu por meio de guerras e desestabilizações de outros países, e ocorreu dentro do mais completo e absoluto script colonialista, seja pelas mais variadas facetas.
Finalmente o que se entende como mérito do capitalismo liberal clássico, é hoje melhor representado por outra nação à qual nem mesmo é considerada uma economia de mercado, a China, do que propriamente os Estados Unidos. A economia chinesa é uma das poucas que crescem unicamente por meio da produção pura e simples, sem artificialismos financeiros, ou sem especulação de ganhos fáceis, rápidos e miraculosos, comuns do mercado rentista de capitais.
Hoje a admiração brasileira pelo
desenvolvimento americano pode
estar muito mais alinhada ao que
que representa o modelo chinês
(Foto: arte/ revista Exame). |
E o pior, é o brasileiro não se dar conta de que o Brasil possa estar involuntariamente contribuindo por todo o desenvolvimento já vivido e experimentado pelos Estados Unidos até aqui. A dominação cultural americana da atualidade, tal como produto do helenismo grego sobre o mundo antigo, é sem dúvida, o meio para esse fim mais eficaz do que qualquer modo de força empreendida que torna a dominação de um país sobre outros possível.
A deificação daquilo que se interpreta ou se entende por capitalismo, é entendida por uma significativa parcela de brasileiros, como materializada nos Estados Unidos e por esta razão, a admiração por aquele país da parte de brasileiros, ultrapassa os limites do encantamento puro e simples, que aponta para uma idolatria que substitui uma entidade superior, por outra considerada maior.
nunca ouvi tanta verdade
ResponderExcluirObrigado por visitar o nosso blog. Fico feliz que tenha gostado! Seja sempre bem vindo!
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