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Boicote ao O Popular

 Os rio-verdenses incautos e desatentos podem não perceber, como e porque Rio Verde é sempre preterida naquilo que pode ser decisivo ao seu desenvolvimento; com isso naturalmente apontam a representatividade capenga do município na política goiana e nacional, da parte dos detentores de mandatos parlamentares, como possíveis razões para isso. 

 De fato a baixíssima influência política dos representantes da cidade em nível estadual e federal, deixa muito a desejar; contudo, o que se ignora também é que as coisas desagradáveis que acontecem com Rio Verde, se devem também ao sublime e sutil boicote de grandes veículos da imprensa estadual da capital, que por sua vez, faturam alto com seus veículos de mídia por aqui, as quais também, manifestam maior interesse na repercussão de fatos negativos tangíveis ao município.

 As potencialidades e os pontos fortes que marcam nossa economia, são muito raramente descritas na mídia nativa da capital. Rio Verde por isso, chega a ser vista como uma cidade menor e sem expressividade para os cidadãos goianienses, acostumados a se informarem por seus veículos de imprensa locais. É o caso explícito do Grupo Jaime Câmara que atua nas mídias impressa e eletrônica em todo o estado (inclusive em Rio Verde), e manifesta profundo desprezo por nossa cidade, para com isso, manter em evidência aquela que é de sua maior predileção. 

 No último domingo (31), o jornal O Popular (de propriedade do Grupo Jaime Câmara), fez questão de publicar um caderno especial em função do aniversário de Anápolis. Nele, a publicação sediada em Goiânia, faz questão de evidenciar o que o município vizinho a capital tem de melhor e tenta vender com isso, a imagem do local ideal para se fazer investimentos no estado. 

 A diferença de tratamento em relação a Rio Verde é brutal, uma vez que na edição desta sexta (5 de agosto e data cívica municipal rio-verdense), não houve o mesmo cuidado do jornal em publicar um caderno inteiro dedicado à cidade, da mesma forma como se deu com Anápolis e que faz com que a maior cidade - de fato -, do interior goiano, mais uma vez passe batido em relação ao seu jubileu de fundação. Porém essa postura do jornal é corroborada por sua obediência prazerosa a determinações do governo estadual goiano. 

 Como se sabe, não só Rio Verde sofre esse boicote, como também a maioria das cidades goianas. O fato de se excluir Anápolis do roll pertencente ao ambiente metropolitano de Goiânia, atende peculiarmente aos caprichos da elite dominante goiana, na preservação de um privilégio ilegítimo da qual a referida cidade possui e que visa também neutralizar a influência de Rio Verde nesse quesito (sobre no que se daria de fato, legitimamente, o título de: maior cidade do interior de Goiás). 

 Falsamente quando se tem uma "cidade de interior" que dista menos de 90 Km da capital, apenas para ser tida como "a maior", fora do contexto metropolitano, se procura com isso uma promoção artificial da mesma, enquanto os 230 Km que separam Rio Verde de Goiânia só está limitado ao que é conhecido pelos moradores natos da capital apenas como: "saída para Guapó". 

 Isso evidentemente não obedece apenas a caprichos atuais da parte do governador Marconi Perillo em relação ao que ele entende como primordial na agenda de desenvolvimento de Goiás, mas também agrada a imprensa, que prazerosamente atende sem questionamentos, o que poderia ser letal para ela mesma, no que tange a anúncios e assinaturas que poderiam vir a serem ameaçados em Rio Verde. 

 Com isso, está mais do que na hora de os rio-verdenses questionarem, o porque somos considerados como "menores" no contexto da imprensa goiana e principalmente sobre o que estaria por trás disso. Aliás, sem dúvida, deixar de consumir os produtos que essa mesma mídia nos oferece, já seria a resposta própria dentre o tratamento recíproco que merece o tema.   

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