O Papa enfim chegou ao Brasil e já iniciou seus discursos com base em mais justiça social e menos desigualdade. Por ser um papa latino-americano conhece de perto desafios pelos quais os jovens diariamente precisam enfrentar para conquistarem seu espaço no mundo gerido pela economia de mercado.
Se hoje o jovem europeu sofre por estar fora do mercado de trabalho e paga caro o preço por aquilo que seria em decorrência da farra da agiotagem financista da banca internacional; e que os países europeus terão que arcar sacrificando suas populações por isso, a juventude latino-americana - principalmente também a brasileira -, apesar de uma relativa performance na geração de empregos no País, ainda se vê tolhida na conquista de espaços nele, por ser sempre considerada desqualificada e pelo qual o mercado de trabalho acredita, em decorrência da pouca experiência que possuem, devam ganhar pouco.
Dessa forma um paradoxo se perpetua no horizonte dos jovens brasileiros: se não trabalham, não podem dispor de recursos para se qualificar numa graduação universitária (mesmo com todas as facilidades de acesso propagadas pelo governo federal, que contudo quase nunca chegam em determinadas regiões do País, como a nossa); se estão trabalhando, padecem da escassez de tempo em seus ofícios para se qualificarem, ou mesmo por conta daquilo que auferem em suas remunerações, mal seja suficiente para suas despesas básicas.
Nesse contexto ainda se acham milhares de jovens brasileiros que padecem da falta de oportunidades em adquirirem a própria experiência nas diversas atividades que poderiam desempenhar. Oportunidades que faltam até mesmo para recém-formados dada à baixa oferta de vagas para estágios em cidades de pequeno/médio porte como Rio Verde.
Tomando o aspecto regional peculiar de Rio Verde, o discurso predominante seria o de que a cidade seria uma das grandes geradoras de empregos no estado e o que estaria prejudicando uma 'minoria desempregada' seria a sua "falta de qualificação profissional". De acordo com os mesmos que sustentam esse argumento, o relativo 'sucesso econômico' do município - que vem tendo projeção nacional em decorrência do agronegócio -, seria o fator mais importante na geração desses tão propalados empregos. Acontece que a maior parte das vagas ofertadas são exatamente aquelas que demandam baixa qualificação profissional e que estão sempre disponíveis em horários de turnos alternativos nas agroindústrias ou nas usinas processadoras de etanol do município, incompatíveis portanto, com os cursos de graduação ou profissionalização existentes.
No vídeo, observa-se uma certa ânsia de autoridades e da elite econômica-produtiva local em divulgar sempre o lado 'bonito' e positivo de um município do interior do Brasil, próspero na verdade, mas onde os mesmos procuram usar sempre no artificialismo de seus discursos, atribuindo responsabilidades - visto pela ótica da limitação dessa prosperidade -, continuamente aos outros (leia-se governo federal e trabalhadores). Seja em fatores como disponibilidade de infraestrutura ou de mão de obra qualificada e nunca assumindo suas parcelas de culpa em torno disso.
A realidade excludente do talento da juventude no mercado de trabalho já vem de um longo processo, desde a década de 1970 na Europa; nos anos 1980 nos Estados Unidos e nos anos 1990 na América Latina - embasadas nos conceitos do Consenso de Washington -, com a implantação das políticas conhecidas como neoliberais e a partir de onde o mercado das finanças ganhou maior destaque e relevância do que atividades produtivas que empregam uma maciça e maior densidade de pessoas. O problema é que não se sabe até que ponto o mercado financeiro pode se sustentar sem lastro na produção de bens de produção ou de consumo e sem pessoas empregadas nos processos de produção apenas por um mero capricho que o empresariado usa para reduzir custos com mão de obra, insistindo basicamente na tese da falta de qualificação dos jovens, para atingir esse objetivo.
Agora com o Papa no Brasil e tendo por base seus discursos em prol dos pobres e principalmente os jovens, suscitando na Igreja o mesmo compromisso, espera-se também um maior questionamento e reflexão sobre determinadas filosofias e políticas ancoradas em pensamentos pautados na ideologia do dinheiro como prioridade absoluta em relação ao ser humano e suas consequências práticas na vida de pessoas inocentes e indefesas à tudo isso.
Dessa forma um paradoxo se perpetua no horizonte dos jovens brasileiros: se não trabalham, não podem dispor de recursos para se qualificar numa graduação universitária (mesmo com todas as facilidades de acesso propagadas pelo governo federal, que contudo quase nunca chegam em determinadas regiões do País, como a nossa); se estão trabalhando, padecem da escassez de tempo em seus ofícios para se qualificarem, ou mesmo por conta daquilo que auferem em suas remunerações, mal seja suficiente para suas despesas básicas.
Nesse contexto ainda se acham milhares de jovens brasileiros que padecem da falta de oportunidades em adquirirem a própria experiência nas diversas atividades que poderiam desempenhar. Oportunidades que faltam até mesmo para recém-formados dada à baixa oferta de vagas para estágios em cidades de pequeno/médio porte como Rio Verde.
Tomando o aspecto regional peculiar de Rio Verde, o discurso predominante seria o de que a cidade seria uma das grandes geradoras de empregos no estado e o que estaria prejudicando uma 'minoria desempregada' seria a sua "falta de qualificação profissional". De acordo com os mesmos que sustentam esse argumento, o relativo 'sucesso econômico' do município - que vem tendo projeção nacional em decorrência do agronegócio -, seria o fator mais importante na geração desses tão propalados empregos. Acontece que a maior parte das vagas ofertadas são exatamente aquelas que demandam baixa qualificação profissional e que estão sempre disponíveis em horários de turnos alternativos nas agroindústrias ou nas usinas processadoras de etanol do município, incompatíveis portanto, com os cursos de graduação ou profissionalização existentes.
No vídeo, observa-se uma certa ânsia de autoridades e da elite econômica-produtiva local em divulgar sempre o lado 'bonito' e positivo de um município do interior do Brasil, próspero na verdade, mas onde os mesmos procuram usar sempre no artificialismo de seus discursos, atribuindo responsabilidades - visto pela ótica da limitação dessa prosperidade -, continuamente aos outros (leia-se governo federal e trabalhadores). Seja em fatores como disponibilidade de infraestrutura ou de mão de obra qualificada e nunca assumindo suas parcelas de culpa em torno disso.
A realidade excludente do talento da juventude no mercado de trabalho já vem de um longo processo, desde a década de 1970 na Europa; nos anos 1980 nos Estados Unidos e nos anos 1990 na América Latina - embasadas nos conceitos do Consenso de Washington -, com a implantação das políticas conhecidas como neoliberais e a partir de onde o mercado das finanças ganhou maior destaque e relevância do que atividades produtivas que empregam uma maciça e maior densidade de pessoas. O problema é que não se sabe até que ponto o mercado financeiro pode se sustentar sem lastro na produção de bens de produção ou de consumo e sem pessoas empregadas nos processos de produção apenas por um mero capricho que o empresariado usa para reduzir custos com mão de obra, insistindo basicamente na tese da falta de qualificação dos jovens, para atingir esse objetivo.
Agora com o Papa no Brasil e tendo por base seus discursos em prol dos pobres e principalmente os jovens, suscitando na Igreja o mesmo compromisso, espera-se também um maior questionamento e reflexão sobre determinadas filosofias e políticas ancoradas em pensamentos pautados na ideologia do dinheiro como prioridade absoluta em relação ao ser humano e suas consequências práticas na vida de pessoas inocentes e indefesas à tudo isso.
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