Caso fosse realizada uma pesquisa de opinião sobre qual seria o maior inimigo da sociedade, certamente seriam escolhidos alvos relacionados como: traficantes (de drogas, de armas e pessoas); a delinquência de modo geral; os motoristas beberrões; aqueles que maltratam animais; os caminhoneiros 'irresponsáveis' - que rodam mais de 18 horas ininterruptas, pondo em risco a vida de todos que trafegam pelas rodovias brasileiras -, e claro, a corrupção.
Ocorre que sutilmente e de fininho, um outro inimigo tem também povoado o imaginário das mentes desérticas e esfaimadas por sangue. Algo que nos remete aos tempos remotos dos clãs tribais bárbaros, onde se oferecia em sacrifício o sangue inocente pela expiação de algum mal cometido contra seus deuses, geralmente virgens - que hoje são objeto de outro tipo de sacrifício, mas contando com o uso da tecnologia, visando o leiloamento de um bem preciosíssimo para as meninas: a sua virgindade (parece algo antiquado?).
Falo justamente dos jovens - que segundo se caracteriza -, numa faixa etária que vai da adolescência (à partir dos 12 anos), até a fase adulta (na casa próxima dos 30 anos). Portanto um período relativamente longo na vida de um ser humano, e onde este por sua vez, vive as piores crises que uma pessoa pode sofrer, gerando traumas pelo resto de sua vida.
O perfil do jovem atual, varia de acordo com sua classe social. O jovem pode ser levado a cometer crimes tanto pela falta de zelo de seus pais, quanto pelo excesso dele.
Assim um debate acalorado em torno da responsabilidade civil do jovem tem tomado - claro -, superficialmente e da maneira mais hipócrita possível a pauta de discussões. Até porque, insere-se aí o oportunismo daqueles de má índole, que se revestem do manto da Justiça, para praticar em nome da Lei, mais injustiças.
Tomando proveito da revisão do Código Penal brasileiro, muitos juristas renomados têm defendido a tese de que teria chegado o momento de se instituir no Brasil a redução da maioridade penal para menores de 18 anos - para 16 ou 14 anos, talvez.
Alegam que o jovem tem senso de juízo suficiente para discernir sobre 'o certo ou o errado'. Por certo é que o jovem de maneira geral, não confia nos adultos e pelo visto, existem razões de sobra para isso. Contudo a imaturidade dos jovens deixa tudo à perder, envoltos em situações no mínimo, que mimetizam a dos adultos mais experientes e safos. Justamente daqueles sedentos por justiça contra os jovens empurrados para uma vida de misérias.
Movidos pelo modismo de reformas legislativas, os formadores de opinião, acabam de certo modo por endossar uma forma de reformar para permanecer como tudo está. E como bem mencionou um amigo meu: "reduzir a maioridade penal é concordar com a realidade do sistema carcerário brasileiro falido. É concordar que é mais importante a represália do que a educação". O que eu classificaria como resquícios da ditadura militar no Brasil.
Pois bem! Por falar em educação anteontem a Câmara dos Deputados perdeu mais uma enorme chance de mostrar que trabalha realmente em favor da população e aprovou um projeto que nada tinha a ver com os anseios do País. O projeto original sobre os tão cobiçados royalties do petróleo, previam que todos os recursos obtidos através da prospecção do petróleo seriam destinados à educação. Houve quem dissesse que para alguns municípios a questão da educação é algo fora de qualquer tipo de preocupação. Será?
Porém a grita geral do empresariado se dá exaustivamente em torno dela: a educação. A grande massa de jovens desempregados - segundo se explica -, seria por conta da tal falta de qualificação. Enquanto se desperdiça talentos, verificamos a marginalização do jovem. Pior! Assistimos a plena criminalização do jovem por puro preconceito (essencialmente através dos meios de comunicação).
Afinal, o que o jovem tem de tão ameaçador?
Observando a forma de como os veículos de imprensa exploram o tema, ficamos com a triste sugestão de alguns apresentadores de programas policialescos de final de tarde - de que a melhor solução seria a redução da maioridade penal. E o que mais choca: a indiferença das emissoras católicas sobre o tema, onde se observa a opinião incógnita de suas linhas editoriais, mais a preferência obsessiva por temas relacionados ao "pecado individual" - insistindo numa passionalidade alienante -, e que nos leva a crer que as emissoras católicas indiretamente, apoiam essa redução da maioridade penal, mesmo que a Igreja - através da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) -, se manifeste contrária. Outra forma sutil de burlar a posição oficial que a Igreja Católica tem sobre o tema.
Aliás, essa é outra contrariedade que como católico que sou, venho tendo em relação ao procedimento da Igreja. Em seus documentos afirma um posicionamento, na prática seus membros se comportam totalmente ao contrário. Haja vista em todos os eventos promovidos pela instituição aos jovens, no interior de suas dioceses, onde sempre emergem durante esses eventos, situações de verdadeiros puxões de orelha aos jovens, em que pesam muito mais a figura estereotipada do jovem, irresponsável e cheio de vicissitudes indolentes e pouco compromissado com o futuro.
Assim parte da Igreja Católica (que por outro lado organiza um outro evento de dimensão internacional - a Jornada Mundial da Juventude -, que ocorrerá ano que vem no Rio de Janeiro) acredita que pode com isso, conseguir que os jovens se deixem guiar por sua doutrina, movidos pelo despertar de um sentimento de culpa.
Tudo isso exprime a preocupação superficialista com que a Igreja se manifesta quanto ao jovem de suas comunidades (geralmente pobres), onde a maciça maioria deles se encontra na verdade, sobrecarregados de responsabilidades - alguns, assumindo até mesmo o compromisso de verdadeiros chefes de família -, com os meninos tendo que arcar com os mantimentos domésticos, enquanto muitas meninas, precisam 'criar', os irmãos menores. Essa realidade é totalmente ignorada pela sociedade de maneira geral, principalmente pela imprensa, os formadores de opinião e o próprio clero católico.
Tudo isso é o reflexo de uma sociedade que cobra, mas nada oferece ao jovem (a não ser trabalho. E digo os piores tipos de trabalho possíveis - por serem desqualificados -, seguidos das piores remunerações do mercado). Da ausência de políticas públicas consistentes - ao invés de programas fajutos, que essencialmente governos estaduais oferecem e que não passam de meros rótulos.
Nesse cenário conspiratório contra o jovem, nos leva a concluir que os meios de comunicação tentam à qualquer custo apontar um 'culpado', visando livrar-se de culpa. Busca com isso, a manipulação das massas - como se a redução da maioridade penal fosse de fato, resolver a questão da criminalidade. O que a imprensa se recusa a assumir, é que o fato em si, da defesa dessa ideia, já representa um crime contra a juventude, que já vem sendo punida pela vida, nas mais diversas formas.
Urge dessa forma a necessidade sim, do pleno "controle social da mídia", pois ou a sociedade controla a mídia, ou a mídia sempre dará as cartas à ela; de como pensar e no que pensar. E pelo o menos, nós católicos, precisamos começar pelo nosso quintal e cobrar das emissoras católicas de rádio e televisão, um posicionamento claro e austero sobre esse tema que choca tanto quanto um aborto ou um caso de pedofilia.
Movidos pelo modismo de reformas legislativas, os formadores de opinião, acabam de certo modo por endossar uma forma de reformar para permanecer como tudo está. E como bem mencionou um amigo meu: "reduzir a maioridade penal é concordar com a realidade do sistema carcerário brasileiro falido. É concordar que é mais importante a represália do que a educação". O que eu classificaria como resquícios da ditadura militar no Brasil.
Pois bem! Por falar em educação anteontem a Câmara dos Deputados perdeu mais uma enorme chance de mostrar que trabalha realmente em favor da população e aprovou um projeto que nada tinha a ver com os anseios do País. O projeto original sobre os tão cobiçados royalties do petróleo, previam que todos os recursos obtidos através da prospecção do petróleo seriam destinados à educação. Houve quem dissesse que para alguns municípios a questão da educação é algo fora de qualquer tipo de preocupação. Será?
Porém a grita geral do empresariado se dá exaustivamente em torno dela: a educação. A grande massa de jovens desempregados - segundo se explica -, seria por conta da tal falta de qualificação. Enquanto se desperdiça talentos, verificamos a marginalização do jovem. Pior! Assistimos a plena criminalização do jovem por puro preconceito (essencialmente através dos meios de comunicação).
Afinal, o que o jovem tem de tão ameaçador?
Observando a forma de como os veículos de imprensa exploram o tema, ficamos com a triste sugestão de alguns apresentadores de programas policialescos de final de tarde - de que a melhor solução seria a redução da maioridade penal. E o que mais choca: a indiferença das emissoras católicas sobre o tema, onde se observa a opinião incógnita de suas linhas editoriais, mais a preferência obsessiva por temas relacionados ao "pecado individual" - insistindo numa passionalidade alienante -, e que nos leva a crer que as emissoras católicas indiretamente, apoiam essa redução da maioridade penal, mesmo que a Igreja - através da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) -, se manifeste contrária. Outra forma sutil de burlar a posição oficial que a Igreja Católica tem sobre o tema.
Aliás, essa é outra contrariedade que como católico que sou, venho tendo em relação ao procedimento da Igreja. Em seus documentos afirma um posicionamento, na prática seus membros se comportam totalmente ao contrário. Haja vista em todos os eventos promovidos pela instituição aos jovens, no interior de suas dioceses, onde sempre emergem durante esses eventos, situações de verdadeiros puxões de orelha aos jovens, em que pesam muito mais a figura estereotipada do jovem, irresponsável e cheio de vicissitudes indolentes e pouco compromissado com o futuro.
Assim parte da Igreja Católica (que por outro lado organiza um outro evento de dimensão internacional - a Jornada Mundial da Juventude -, que ocorrerá ano que vem no Rio de Janeiro) acredita que pode com isso, conseguir que os jovens se deixem guiar por sua doutrina, movidos pelo despertar de um sentimento de culpa.
Tudo isso exprime a preocupação superficialista com que a Igreja se manifesta quanto ao jovem de suas comunidades (geralmente pobres), onde a maciça maioria deles se encontra na verdade, sobrecarregados de responsabilidades - alguns, assumindo até mesmo o compromisso de verdadeiros chefes de família -, com os meninos tendo que arcar com os mantimentos domésticos, enquanto muitas meninas, precisam 'criar', os irmãos menores. Essa realidade é totalmente ignorada pela sociedade de maneira geral, principalmente pela imprensa, os formadores de opinião e o próprio clero católico.
Tudo isso é o reflexo de uma sociedade que cobra, mas nada oferece ao jovem (a não ser trabalho. E digo os piores tipos de trabalho possíveis - por serem desqualificados -, seguidos das piores remunerações do mercado). Da ausência de políticas públicas consistentes - ao invés de programas fajutos, que essencialmente governos estaduais oferecem e que não passam de meros rótulos.
Nesse cenário conspiratório contra o jovem, nos leva a concluir que os meios de comunicação tentam à qualquer custo apontar um 'culpado', visando livrar-se de culpa. Busca com isso, a manipulação das massas - como se a redução da maioridade penal fosse de fato, resolver a questão da criminalidade. O que a imprensa se recusa a assumir, é que o fato em si, da defesa dessa ideia, já representa um crime contra a juventude, que já vem sendo punida pela vida, nas mais diversas formas.
Urge dessa forma a necessidade sim, do pleno "controle social da mídia", pois ou a sociedade controla a mídia, ou a mídia sempre dará as cartas à ela; de como pensar e no que pensar. E pelo o menos, nós católicos, precisamos começar pelo nosso quintal e cobrar das emissoras católicas de rádio e televisão, um posicionamento claro e austero sobre esse tema que choca tanto quanto um aborto ou um caso de pedofilia.
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