O Decreto-Lei Nº 1192, de 08 de novembro de 1971, foi instituído pelo regime militar, durante o governo do presidente general, Garrastazu Médici, o qual deu impulso à criação do Programa de Desenvolvimento do Centro-Oeste, o Prodoeste.
Conforme determina o artigo 1º da lei, o Prodoeste foi direcionado a incrementar políticas de desenvolvimento econômico no sul dos estados de Mato Grosso, Goiás e o Distrito Federal.
O Prodoeste teve como objetivo a construção imediata de uma rede rodoviária básica prioritária, conjurada a um sistema de estradas vicinais, silos, armazéns graneleiros, usinas de beneficiamento de grãos e frigoríficos; programas de saneamento, retificação de cursos d'água e correção de solos para melhoria das condições de plantio para lavouras.
Dentre os projetos rodoviários, destacam-se obras de construção da BR-060 entre Goiânia, Rio Verde e Jataí e a BR-452 entre Itumbiara e Rio Verde em Goiás; além disso, o trecho da BR-050 entre Cristalina e Catalão, também em solo goiano, esteve previsto na execução do projeto.
A BR-364 no trecho entre Cuiabá e Rondonópolis, no Mato Grosso, até Jataí em Goiás; a BR-163 entre Rondonópolis a Campo Grande e Dourados, no atual território do Mato Grosso do Sul; e o trecho da BR-262 entre Campo Grande, Aquidauana e Corumbá.
Já a BR-070, previa a ligação entre Brasília, Cuiabá e Cáceres, no Mato Grosso, além da BR-376 entre Dourados, no Mato Grosso do Sul e Paranavaí, no Paraná.
Através do Prodoeste, o setor privado teve disponibilizado, recursos para o financiamento da construção de frigoríficos, concedidos pelo Banco do Brasil e a construção de silos de armazenagem de grãos através da atual Conab; foi nessa época que os famosos silos da antiga Cibrazem, foram construídos no trecho de entrocamento entre as BRs 060 e 452 em Rio Verde.
O projeto impactou tanto o desenvolvimento local, que em Rio Verde em 1972, um empresário, pioneiro no ramo de transporte urbano de passageiros, batizou sua empresa de ônibus, com o nome de Viação Prodoeste, e que a partir de 1993 mudou de controle administrativo, operando na condição de empresa permissionária na cidade, vindo a ser extinta no ano de 2009.
O Prodoeste praticamente alcançou todos os seus objetivos, vindo mais tarde, por intermédio do governo do presidente general Ernesto Geisel, ser reestruturado, passando a se chamar desde então, projeto Polocentro; desta vez, abrangendo além dos estados do Centro-Oeste, a região do Triângulo Mineiro, dando respaldo para o que hoje se conhece como agronegócio na região central do Brasil.
Tanto o Prodoeste como o Polocentro, são exemplos de projetos de desenvolvimento regionais, os quais apesar de não serem inéditos (pois outro projeto semelhante já havia sido implantado também com relativo sucesso, na região de Ceres, no médio norte de Goiás), tiveram amplitudes muito maiores e mais abrangentes.
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