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O banco dos Brics

 Na semana passada um acordo histórico marcou o mundo das finanças com o anúncio da crianção do Banco dos Brics. 

 Os Brics, como se sabe, é o conjunto de países formado por Brasil, Rússia, China e África do Sul que juntos respondem por quase 20% do PIB mundial.

 O termo na verdade nasceu de um acrônimo cunhado pelo economista do Banco Goldman Sachs, Jim O'Neill - inicialmente apenas como Bric (sem o 'S' de África do Sul) -, por meio de um estudo no qual ele aponta que essas economias num futuro próximo passariam a ter papel quase central na economia do globo.   

 O fato de esse acordo ter o Brasil como anfitrião enfoca o lado grande do País no cenário internacional atualmente, e o consolida como líder regional e protagonista pleno nas decisões que envolvem esses novos atores na moldura da nova ordem mundial.
 
O Brasil como anfitrião do acordo de criação do banco, reflete sua importância crescente no cenário das decisões multilaterais no mundo moderno
 Como relatado principalmente por autoridades brasileiras, não há financiamento suficiente para investimentos em infraestrutura nos países em desenvolvimento e por isso se dá a necessidade da criação de um novo organismo de financiamento, tendo em vista que os tradicionalmente conhecidos meios como o Banco Mundial e o FMI não atendem de forma satisfatória a demandas por financiamento em infraestrutura nos países emergentes. 

 O banco nasce fruto de uma cooperação entre os membros dos Brics com um aporte de capital de US$ 10 bilhões cada um, totalizando o capital inicial da nova instituição de US$ 50 bilhões.

 Mas o que podemos entender sobre a significância de um tratado para a criação de um banco em novo bloco econômico?

 É nada mais do que uma busca alternativa ou uma nova opção frente ao que está disponível desde o Acordo de Bretton Woods. 

 O 'Acordo de Fortaleza' é uma tentativa de contrabalanceamento aos tradicionais organismos de financiamento internacional existentes atualmente. Assim como Bretton Woods, o Acordo de Fortaleza também propõe soluções anti-crises. 

 Enquanto Bretton Woods foi moldado frente à necessidade de suportes financeiros contra crises em decorrência da Grande Depressão ocasionada pela Quebra da Bolsa de Nova York em 1929, Fortaleza indica que os Brics podem dar a resposta para o mundo sair enfim, do atoleiro da crise mundial iniciada em 2008 e que começa a afetar mais significativamente as economias emergentes.

 Para isso, a VI Cúpula dos Brics realizada em Fortaleza, também definiu a criação de um fundo de reserva de US$ 100 bilhões. Servirá como uma linha de defesa dos países emergentes em eventuais cenários de dificuldades no balanço de pagamentos.

 Desse montante US$ 100 bilhões para a constituição do CRA (Arranjo Contingente de Reserva), a China promete entrar com a maior parte US$ 41 bilhões; Brasil, Rússia e Índia com US$ 18 bilhões cada e África do Sul com US$ 5 bilhões.

 O que resta saber é como as economias centrais e as instituições financeiras mundiais reagirão frente à iniciativa independente dos emergentes. E por que meio também se dará essas reações. 

 A verdade é que essa reação não será tão pequena e nem por vias das quais sejam plenamente identificáveis como sendo alusivos à própria inciativa dos Brics. 

 Os constantes questionamentos à presença do líder russo Vladmir Putin por parte dos Estados Unidos em acordos comerciais que afrontam as lideranças tanto americanas quanto europeias, e os conflitos que envolvem o presidente russo, podem indicar o meio pelo qual ocorrerão as tentativas de fulminação de inciativas como esta. 

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