No último domingo, participei de um encontro de jovens promovido pelo grupo de jovens da paróquia que frequento. E em meio à cantorias e louvores, jovens de outras comunidades e paróquias de minha cidade, participaram numa tentativa de unir todas elas e fazer uma reafirmação do caráter universal da Igreja Católica, e fazê-la se sentir em meio aos jovens dessas comunidades.
No decorrer do evento, muitos tomaram a palavra e sempre o tema "drogas", vinha à tona. A violência e suas principais vítimas, e advinhem a faixa etária escolhida para a abordagem do tema? Um dos preletores, um padre da própria paróquia e também professor universitário, citou uma série de problemas e apontou parte do que poderia ser as soluções. Sempre de maneira bem humorada com anedotas de futebol para ilustração de sua palestra.
Eis que de repente surge então a expressão: "juventude sem causa". Naquele momento, senti que ele poderia estar falando de alguém por alí que estava assistindo sua explanação. Talvez uma pessoa da qual ele não conheça, mas tenha ouvido falar dela, como sendo rebelde, insubmissa... Isto é, o preconceito "nosso de cada dia".
Mas qual jovem ali presente pensaria em ter uma causa? A do Evangelho talvez! Pois acho difícil, dada à alienação da "geração Rede Globo", ou como diria o poeta dos maconheiros da Zona Sul carioca, dos anos 80; Cazuza: "Ideologia, eu quero uma pra viver". O que por sua vez, demonstra a ineficácia da própria Igreja Católica no trato com os jovens, a superficialidade de sempre da sociedade na ótica eclesial. Talvez, o maior dos "pecados" - literalmente - da Igreja.
"Justiça seja feita", esse palestrante, também citou a necessidade de se ouvir essa juventude atual; seus anseios, suas aspirações e desejos. Só que nenhum jovem teve direito à palavra nesse dia, a não ser aqueles aos quais eram considerados inofensivos e claro, sem nenhum conteúdo. Inclusive um dos promotores do encontro que conduzia os trabalhos do referido evento, em que fazia as chamadas dos participantes e etc... e ainda, convidava os jovens ali presentes, a uma reflexão sobre suas condutas quanto a seus pais - outro tema, preferido desses encontros - no sentido de preterir outros mais sérios e que enfim, convidasse os jovens a refletir melhor, no meio social em que vive e assim, perdendo a oportunidade de enriquecer o encontro numa reflexão mais profunda ou invés de mediocrizá-la.
Estaria a Igreja 'tradicional', executando o papel de censora dos jovens, inibindo ao invés de estimular o pensamento crítico deles? Quem sabe para se criar os argumentos necessários para justificar essa "rebeldia" ou "desobediência" e ainda como nos anos de chumbo da ditadura, de "subversão", como sendo peculiar de uma fase da vida em que tudo vindo de pessoas de pouca idade, seja atos ou pensamentos que tenham necessariamente que ser, irresponsáveis, partindo de pessoas sem experiência de vida, indispostas a ouvir a voz dessa tal "experiência", à qual os adultos julgam ter, mas que a usam sorrateiramente no intuíto de frear a ambição desses jovens, sedentos pelas oportunidades de um possível, mas distante, sucesso profissional e pessoal. Tudo muito conveniente aos adultos, não?! Mas a Igreja estaria agindo nesse mesmo sentido? Em evitar que a energia renovadora dos jovens, transforme a Igreja na voz dos excluídos e consequentemente a sociedade?
Quando nos vemos em meio a esses jogos de interesses e no esforço empreendido em rotular e estigmatizar, os jovens; nivelando-os por baixo e generalizando suas atitudes de forma negativa e quando vemos pessoas com poder de oratória usando-a nesse sentido, ficam claro as razões e os preconceitos; com a minimização de atitudes positivas que os jovens promovem na sociedade, como o próprio movimento de grupos de jovens na Igreja.
De modo geral, a juventude de hoje, anda meio sem causa, não porque eles (os jovens) sejam maus, mas porque são estimulados a serem cada vez mais egoístas e individualistas. Cada um defendendo sua bandeira pessoal e não aquela comum à qual estamos acostumados nas manifestações de rua; e nesse ambiente de desmobilização da juventude atual, que é onde os adultos tiram vantagem.
Estaria a Igreja Católica participando de maneira sutil e subliminar ao lado de autoridades e de uma imprensa tendenciosa e nada amistosa aos jovens, se seus assassinatos? Ou simplesmente sendo subserviente. Ou pior ainda, do assassinato e do "martírio" dos profetas do Século XXI, matando também suas ideias? Ora, a mesma tática romana em relação a Jesus (um jovem), crucificando-o ao lado de dois ladrões!
Nesse ambiente de hipocrisia e embuste, as máscaras caem, e demonstram sintomas de uma sociedade pouco evoluída, com instituições ainda não democratizadas à contento. Dentro de discursos vazios que relatam a mesmice de sempre, à qual todos estão acostumados a ouvir e tomam isso como sendo corriqueiro e natural nos dias de hoje. Dizer que os jovens precisam ser ouvidos e logo depois que eles pertecem à uma "juventude sem causa", me parece contraditório e insensato, como de fato, o é.
Novas oportunidades virão e com elas a experiência deste, que só foi o primeiro dos encontros.
No decorrer do evento, muitos tomaram a palavra e sempre o tema "drogas", vinha à tona. A violência e suas principais vítimas, e advinhem a faixa etária escolhida para a abordagem do tema? Um dos preletores, um padre da própria paróquia e também professor universitário, citou uma série de problemas e apontou parte do que poderia ser as soluções. Sempre de maneira bem humorada com anedotas de futebol para ilustração de sua palestra.
Eis que de repente surge então a expressão: "juventude sem causa". Naquele momento, senti que ele poderia estar falando de alguém por alí que estava assistindo sua explanação. Talvez uma pessoa da qual ele não conheça, mas tenha ouvido falar dela, como sendo rebelde, insubmissa... Isto é, o preconceito "nosso de cada dia".
Mas qual jovem ali presente pensaria em ter uma causa? A do Evangelho talvez! Pois acho difícil, dada à alienação da "geração Rede Globo", ou como diria o poeta dos maconheiros da Zona Sul carioca, dos anos 80; Cazuza: "Ideologia, eu quero uma pra viver". O que por sua vez, demonstra a ineficácia da própria Igreja Católica no trato com os jovens, a superficialidade de sempre da sociedade na ótica eclesial. Talvez, o maior dos "pecados" - literalmente - da Igreja.
"Justiça seja feita", esse palestrante, também citou a necessidade de se ouvir essa juventude atual; seus anseios, suas aspirações e desejos. Só que nenhum jovem teve direito à palavra nesse dia, a não ser aqueles aos quais eram considerados inofensivos e claro, sem nenhum conteúdo. Inclusive um dos promotores do encontro que conduzia os trabalhos do referido evento, em que fazia as chamadas dos participantes e etc... e ainda, convidava os jovens ali presentes, a uma reflexão sobre suas condutas quanto a seus pais - outro tema, preferido desses encontros - no sentido de preterir outros mais sérios e que enfim, convidasse os jovens a refletir melhor, no meio social em que vive e assim, perdendo a oportunidade de enriquecer o encontro numa reflexão mais profunda ou invés de mediocrizá-la.
Estaria a Igreja 'tradicional', executando o papel de censora dos jovens, inibindo ao invés de estimular o pensamento crítico deles? Quem sabe para se criar os argumentos necessários para justificar essa "rebeldia" ou "desobediência" e ainda como nos anos de chumbo da ditadura, de "subversão", como sendo peculiar de uma fase da vida em que tudo vindo de pessoas de pouca idade, seja atos ou pensamentos que tenham necessariamente que ser, irresponsáveis, partindo de pessoas sem experiência de vida, indispostas a ouvir a voz dessa tal "experiência", à qual os adultos julgam ter, mas que a usam sorrateiramente no intuíto de frear a ambição desses jovens, sedentos pelas oportunidades de um possível, mas distante, sucesso profissional e pessoal. Tudo muito conveniente aos adultos, não?! Mas a Igreja estaria agindo nesse mesmo sentido? Em evitar que a energia renovadora dos jovens, transforme a Igreja na voz dos excluídos e consequentemente a sociedade?
Quando nos vemos em meio a esses jogos de interesses e no esforço empreendido em rotular e estigmatizar, os jovens; nivelando-os por baixo e generalizando suas atitudes de forma negativa e quando vemos pessoas com poder de oratória usando-a nesse sentido, ficam claro as razões e os preconceitos; com a minimização de atitudes positivas que os jovens promovem na sociedade, como o próprio movimento de grupos de jovens na Igreja.
De modo geral, a juventude de hoje, anda meio sem causa, não porque eles (os jovens) sejam maus, mas porque são estimulados a serem cada vez mais egoístas e individualistas. Cada um defendendo sua bandeira pessoal e não aquela comum à qual estamos acostumados nas manifestações de rua; e nesse ambiente de desmobilização da juventude atual, que é onde os adultos tiram vantagem.
Estaria a Igreja Católica participando de maneira sutil e subliminar ao lado de autoridades e de uma imprensa tendenciosa e nada amistosa aos jovens, se seus assassinatos? Ou simplesmente sendo subserviente. Ou pior ainda, do assassinato e do "martírio" dos profetas do Século XXI, matando também suas ideias? Ora, a mesma tática romana em relação a Jesus (um jovem), crucificando-o ao lado de dois ladrões!
Nesse ambiente de hipocrisia e embuste, as máscaras caem, e demonstram sintomas de uma sociedade pouco evoluída, com instituições ainda não democratizadas à contento. Dentro de discursos vazios que relatam a mesmice de sempre, à qual todos estão acostumados a ouvir e tomam isso como sendo corriqueiro e natural nos dias de hoje. Dizer que os jovens precisam ser ouvidos e logo depois que eles pertecem à uma "juventude sem causa", me parece contraditório e insensato, como de fato, o é.
Novas oportunidades virão e com elas a experiência deste, que só foi o primeiro dos encontros.
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